De todas as artes, a Dança é única que dispensa materiais
e ferramentas, dependendo só do corpo. Por isso dizem-na a mais antiga, aquela
que o ser humano carrega de si desde tempos imemoriais. (PORTINARI, 1989)
Oficina de convivência
Dança: Movimento
que Gera Cidadania
INTRODUÇÃO
A Cia de Dança Edson Perrotti
(Tel: 32- 991 487
042 WhatsApp ),
Surgiu em 2000 a partir de um ideal. Levar a arte e
cultura a jovens. E nos últimos 6 anos estando na cidade de Muriaé, MG,
Zona da mata mineira. Trabalhando em parcerias com as prefeituras de Muriaé,
Rosario da Limeira, Miradouro e Raposo (RJ) (Hotel Gentil). Com participações
em atividades educativas motivacionais na FAMINAS e Fundação Cristiano Varela
(Hospital do Câncer Referencia no Brasil).
Segundo as estatísticas do IBGE. total de 210.147.125
pessoas. 28 de ago. de 2019 e o IDH correspondente ainda é ainda muito baixo
para os parâmetros pretendidos. O mais preocupante é o que concerne à
vulnerabilidade Juvenil, apontando perto de 70%. Assim, Constatamos que os
jovens da região se envolvem cada vez mais precocemente com drogas, gravidez,
violência, evasão escolar, desvio de comportamento, dentre outros.
A Cia de Dança Edson Perrotti, considera que, através da
arte, pode proporcionar aos jovens que se encontram à margem da sociedade, uma
nova esperança, um novo olhar e a confiança na possibilidade de mudarem
sua REALIDADE. A alternativa utilizada é a Dança, que possui o poder de
trabalhar a alto-estima numa visão psicosocial, oferecendo uma relação direta
do auto-conhecimento com momento de muito prazer e alegria, funcionando ainda
como estimuladora de vida e do verdadeiro sentido da cidadania.
“É dever da família, da sociedade e do estado assegurar
à criança e ao adolescente, com absoluta propriedade, direito a vida, a saúde,
a educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao
respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, alem de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, descriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.” (Constituição Federal do Brasil, artigo
227).
A Dança de Salão trabalha vários valores que são de suma
importância para o homem, no trabalho muscular e cardiovascular assim como no
campo da moral, valorizando o homem e suas tradições ou destas discordando,
auxiliando a capacidade de escolha e criando boas opções para vários caminhos.
A Dança trabalha a iniciativa própria em ambiente sadio, onde o praticante está
descobrindo gradativamente suas potencialidades.
Assim, o objetivo deste trabalho não é ensinar uma
técnica especifica de dança, mas sim realizar um trabalho voltado para o
desenvolvimento global dos jovens de sua consciência corporal, de sua
criatividade, sua expressividade, sua sociabilidade dentre outros fatores.
Justificativa
A capacidade de se expressar por meio do corpo é
intrínseca ao ser humano, é uma característica que se aprimora continuamente,
desde as civilizações mais antigas. Nessa medida o movimento se constitui em um
dos principais meios de interação entre o homem e o mundo a sua volta, desde as
ações mais simples até o conjunto de ações simbólicas e complexas que compõem a
arte da dança.
Vivemos em uma sociedade que contribui para a formação de
pessoas fragmentadas, as quais se especializam em determinadas atividades, em
um tipo de raciocínio, hipertrofiam algumas funções cerebrais e partes do corpo
em detrimento de outras. Pessoas condicionadas pelo bombardeio diário de
informações provenientes dos meios de comunicação e da cultura de massa que
impõem modelos prontos e influenciam diretamente na capacidade de percepção e
atuação na sociedade.
Neste sentido, a prática da Dança de Salão será
uma forma de resgatar e ampliar a percepção das pessoas, com a ampliação da
consciência corporal, buscando favorecer a integração do corpo, mente e emoções
por meio do contato com essa manifestação artística.
A dança possui um grande apelo motivacional e, se
bem direcionada, pede ser um acessório fundamental para o ensino,
possibilitando uma forma saudável de atividade física, expressão artística,
esporte e lazer.
A Cia de Dança Edson Perrotti, acredita na teoria de
criação de valor através da integração família, comunidade e equipe técnica
atuante. Essa tríplice aliança defendida nas ações do projeto permite que a sua
proposta permeie completamente o ambiente no qual está inserido e, desta forma,
tenha total acesso ao universo dos jovens atendidos. Esse acesso permite a
continuidade do verdadeiro trabalho de construção de valores. A partir deste
ponto, este tipo de trabalho se confronta com a escalada de violência que tende
a aumentar progressivamente movida pelo consumismo, pela desigualdade social e
perda de valores humanísticos.
OBJETIVO GERAL
Ampliar através de exercícios e técnicas de Dança de
Salão, o bem estar físico e espiritual, promovendo a auto-confiança e
auto-estima. A satisfação de poder fazer, e segurança no dia a dia através
do domínio do corpo, aumentando a prontidão para atividades e ampliação de
conseqüências que minimizem a saúde físico-emocional advindas do sedentarismo e
inatividade.
A Cia de Dança Edson Perrotti, Pretende assim, resgatar
nossa cultura através da arte do movimento, executando um importantíssimo
trabalho de inclusão social, ou seja, fazendo com que os alunos (que não tem
condições financeiras ou que por motivos diversos precisem vivenciar outras
realidades) estejam interagindo com pessoas diferentes do seu habitual, e
renovando sua gama de conhecimento e dinâmica social. A iniciativa não visa
“formar bailarinos”, com técnicas e métodos clássicos, contemporâneos,
modernos, ou outra modalidade qualquer de dança, mas sim proporcionar aos
alunos – adolescentes e jovens dessa região – uma oportunidade de estarem
inseridos em uma atividade sócio-cultural.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Sabendo que a Dança de Salão engloba conceitos,
procedimentos e atitudes e precisa ser abordada em toda a sua dimensão, foram
traçados alguns objetivos para seu ensino, possibilitando aos alunos:
1ª Adquirir habilidades e preparo corporal básico para a
criação e interpretação em dança;
2ª Desenvolver a percepção sinestésica, espacial e
temporal;
3ª Desenvolver a consciência corporal, enfatizando o
reconhecimento do seu corpo, o esquema e a imagem corporal;
4ª Ampliar a mobilidade das articulações;
5ª Fortalecer a musculatura;
6ª Melhorar a capacidade cardiovascular e cardiorrespiratória;
7ª Aumento a resistência corporal;
8ª Adquirir conhecimento teórico-prático sobre
os elementos da dança;
9ª Articular as experiências pessoais dos alunos com as
informações de outras produções em dança (locais, nacionais e internacionais)
nos aspectos da criação, interpretação e apreciação em dança.
10ª Compreender as relações que são estabelecidas entre
corpo, dança, cultura e sociedade, e construir uma relação pautada no respeito
mútuo, diálogo, solidariedade, responsabilidade, dignidade e justiça,
valorizando as diversas escolhas e possibilidades individuais e coletiva
de criar e interpretar em dança;
11ª Conscientizar o jovem de seus direitos e deveres
civis, sociais e políticos;
12ª Incentivar a prática de cidadania;
13ª Formar o aluno como agente motivacional em suas
comunidades locais;
14ª Possibilitar o acompanhamento escolar e disciplinar;
15ª Criar, respeitar e cumprir regras construídas
coletivamente;
16ª Ocupar o tempo evitando que os jovens se
envolvam em situações de risco tais como violência doméstica, drogadição,
furtos, gravidez precoce, entre outros.
PÚBLICO – ALVO
Jovens, de ambos os sexos, com faixa etária entre 12 e 99
anos, beneficiários programas do Governo tipo, bolsa família entre outros.
Estudantes da rede pública de ensino.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em nossos dias cada vez mais se torna consciênte da
importância da Dança de Salão como forma de expressão do ser humano. A Dança de
Salão hoje é percebida por seu valor em si, muito mais do que um passatempo, ou
um divertimento. Em nosso país, a importância educacional da Dança de Salão é
reconhecida na materialização da sua presença nos parâmetros curriculares
nacionais – PCN´s, pela sua capacidade de atuar no desenvolvimento global do
jovem favorecendo o processo de ensino-aprendizagem. Pesquisas demonstram que
os jovens que dançam na pré-escola tem mais facilidade de serem
alfabetizados.
A dança é tida como uma das primeiras atividades físicas
elaboradas pelo homem. O homem sempre utilizou a dança como linguagem para
demonstrar alegria, tristeza até mesmo para cultuar a vida e a morte, seus
amores, as guerras e suas crenças. O conhecimento da dança passa pela
compreensão do nosso corpo e tudo com que ele pode interagir. O ensino da dança
deve se pautar em três aspectos: Ver, Criar e Executar
VER, apreciar é também a experiência de sentir, pensar e
intervir elaborando idéias sobre o que foi visto. O primeiro objetivo é motivar
os estudantes para que apreciem a dança. Os jovens brasileiros nem sempre tem a
oportunidade de ir a um espetáculo de dança ou assistir a peças de teatro.
Proporcionar aos alunos atividades que possibilitem se apropriar dessas
experiências pode ser de significativo valor para seu desenvolvimento.
CRIAR é a experiência de coreografar, trabalhar a
imaginação e a invenção. Os jovens precisam desenvolver as habilidades e
conhecimentos necessários para criar, modelar e estruturar movimentos em forma
de uma comunicação expressiva. Com um pouco de encorajamento e assistência,
elas “brincarão” e improvisarão com padrões básicos de movimento.
EXECUTAR, a dança é também imprescindível, por mais
informal que possa ser. O desempenho proporciona aos usuários a oportunidade de
avaliar a eficácia da dança que eles compuseram, aprenderam e compartilharam
com o grupo.
Para podermos desenvolver estas habilidades de danças,
devemos saber que os jovens também necessitam adquirir outras habilidades que
lhe permitam fazer um movimento com criatividade. Alem das habilidades existem
os valores que são aprendidos ou desenvolvidos na dança, sendo eles assim
subdivididos:
Valor físico: desenvolve ritmo, resistência, equilíbrio,
flexibilidade e agilidade melhorando ainda as funções digestivas,
respiratórias, circulatórias e neuromusculares.
Valor mental: desenvolve em primeiro a atenção do aluno,
sua memória, seu raciocínio, sua imaginação e possivelmente sua
individualidade.
Valor cultural: a união de costumes, lendas, tradições,
religião, historia e idéias estão presentes na concepção da dança, em especial
a dança folclórica. Podemos trabalhar o conhecimento tanto de culturas
regionais, nacionais e internacional contido nos mais diversos aspectos como
música, indumentária, coreografia e gestualidade.
Valor social: Pela dança podemos melhor trabalhar com o
aluno as suas relações pessoais e sociais. A amizade com alguns indivíduos em
especial ou em grande grupo, a cortesia, a polidez, e o respeito são aspectos
que normalmente estimulados pela dança são utilizados no dia a dia.
Valor moral: Através da dança podemos trabalhar a
cooperação, a disciplina, autoconfiança, a iniciativa, a perseverança e
gentileza.
Valor recreativo: Deverá a dança tornar- se recreativa
quando executada com uma dedicação espontânea, que certamente auxiliar no
alivio do stress diário, proporcionando satisfação e maior equilíbrio
emocional.
Valor Terapêutico: A formação do caráter e da
personalidade do individuo que pratica a dança pode desenvolver-se com maior
integridade, pois trabalha as reações neuromusculares, devolvendo a
autoconfiança aos tímidos ou os menos favorecidos socialmente.
METODOLOGIA
Da inscrição:
a) Identificar os
alunos verificando o interesse na prática;
b) Reunir com pais ou
responsáveis;
c) Elaborar e promover
assinatura de termo de autorização, para que os jovens participem do projeto.
Da aprendizagem:
a) Promover a
aprendizagem por meio de informação fornecida pelo professor, apresentações
culturais, vídeos, trabalho em duplas, pequenos e grandes grupos, além da
assistência individualizada.
b) Será enfatizado no
transcorrer das aulas o desenvolvimento de atitudes como cooperação,
responsabilidades, respeito, gentileza e generosidade.
c) Realização de
palestras socioeducativas abrangendo os diferentes temas da atualidade, uma vez
que o projeto tem como objetivo orientar os jovens sob outros aspectos:
higiene, disciplina e respeito às diferenças.
d) Sempre que possível esses
jovens serão levados para assistir algum evento artístico, por se acreditar que
o intercâmbio cultural enriquece de sobremaneira o universo interior
Das turmas:
a) Serão permitidos no
Máximo 20 alunos por turma.
b) Em caso de
indisponibilidade de vagas, o aluno será inscrito em uma lista de espera
c) Os alunos serão
distribuídos em cinco (5) turmas distintas, sem distinção de com faixa etária,
em horário que não comprometa suas atividades escolares.
Do regulamento:
a) O aluno terá
direito a duas faltas sem justificativas ao mês ou quatro justificadas. Casos
específicos serão analisados pela equipe técnica da Cia de Dança Edson
Perrotti.
b) O aluno faltoso que não
justificar as faltas no limite acima estipulado será excluído e a vaga será
disponibilizada a para os da lista de espera.
c) A tolerância máxima
para o aluno entrar em aula, é de 10 minutos. Não será permitido entrada a
entrada após esse limite de
tempo.
.
d) O aluno deve estar
obrigatoriamente matriculado, freqüente e com rendimento mínimo de 60% em
escola tipo regular ou supletivo. Caso contrário, esse aluno será suspenso, até
que recupere a média escolar. Tal forma de ação tem se mostrado eficiente em
diversas experiências semelhantes. Jovem com media baixa, e conseqüentemente
excluídos do projeto, com possibilidade de retorno com melhoria da media,
passam a se esforçar mais e, na maioria dos casos, contar com o apoio dos pais
nessa empreita de recuperação. O apoio dos pais, estudando com eles, aumenta o
vinculo familiar e permite que elas retornem às aulas de dança e ao ensino
escolar, melhores ainda.
e) Em caso de conclusão do
ensino médio, enquadra-se aquele jovem que se encontra em situação de
ociosidade, mas com boa conduta disciplinar.
f) Na questão da
disciplina, são observadas condutas irrepreensíveis, no que tange as normas de
convivência social e de educação moral, cívica e desportiva.
g) Discussões,
movimentos ou manifestações de natureza político-partidário, religiosa, radical
ou de classe serão punidos com suspensão das atividades e ou exclusão.
Recursos
Os recursos humanos envolvidos fazem parte da equipe
técnica e da equipe de apoio disponível, sendo monitor de Dança de Salão o
Prof. de Dança Edson Perrotti e sua Partner, uma pedagoga voluntário, uma
Assistente Social voluntário , uma Psicóloga Voluntário, um Auxiliar
Administrativa Voluntário. Com o apoio do Conselho tutelar sempre que
solicitado que também contribuirá
efetivamente no acompanhamento.
Dentre os recursos materiais, em relação as espaço
físico, utilizaremos uma sala bem ventilada e ampla, com bebedouro próximo, com
banheiro próximo, iluminação adequada. Este local deve contar com espelho e
piso apropriado. Recursos áudio visuais tais como televisão, DVD, caixa de som
amplificada. Uniforme de educação física, sapatos adequados.
Orçamento
Cronograma
Avaliações:
Reuniões semanais com equipe técnica. Utilizaremos lista
de chamada e questionários dirigidos considerando a evolução da situação de
saúde e psicofísica dos alunos, levando em consideração as características
individuais e o ritmo de cada um, pelo monitor.
Conclusão
A dança acompanha o homem desde as mais antigas
civilizações. Na Dança de Salão, o homem transforma-se e adapta-se através do
movimento, da improvisação e da meditação dinâmica, em uma evolução que perfaz
um caminho de encontro do homem consigo-corpo-sociedade. A criatividade e a
consciência de si mesmo, situa e identifica, estabelece uma relação com o
conteúdo emocional e traz a tona a arte, a expressão do que o homem realmente
é, um espelhamento de si, da grandeza interior. Na improvisação dos movimentos
o homem vê suas inúmeras possibilidades de ser, se estruturar e desestruturar,
forma bases para libertar e diminuir suas rigidez e com isso permitir uma
mudança corporal e de atitudes psíquicas para melhor qualidade de vida e assim
proporcionando uma melhoria de sua qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BOURCIER, Paul. Historia da dança no ocidente. São
Paulo: Martins Fontes, 1987
DEBORA, Barreto. Dança... Ensino, sentidos e
possibilidades na escola. Autores associados. SP 2004
GARCIA, Ângela & BITTENCOURT, Andrea &
PEDROSO, Helena. Aspetos da Dança. Caderno universitário ULBRA 2006